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O Petição Inicial é para aqueles que precisam enfrentar o balcão do cartório, o processo, o juiz, o oficial de justiça, o cliente, os livros, a internet e as contas no fim do mês.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

QUANTO DEVO COBRAR POR UMA PETIÇÃO?

Esta é uma pergunta que ronda a cabeça de todo o iniciante. É só dar uma olhada nos comentários que aparecem no blog, além de tantos e-mails com a questão que recebemos, para ver que a dúvida é uma constante. Mas e aí, quanto devo cobrar por uma petição?

Uma formula rápida é dar uma olhada na tabela da OAB de seu estado, onde nela contém o valor minimo que pode ser cobrado. Como referencia no Paraná, pode ser acessada a tabela da ordem aqui. Também é possível ter uma referencia na tabela de dativos. No Paraná você pode acessar aqui.

Isto é mera referência, pois a tacada é saber precificar. Ô coisa difícil, esta história de precificar. Mas vamos lá, é melhor ensinar pescar (como fazer seu preço) que dar o peixe (ficar disponibilizando tabela).

Tanto em um escritório, como na advocacia solo, existe um custo fixo para manter sua vida profissional. Então, a primeira conta a ser feita é: calcular o gasto fixo para se manter no mercado como advogado. Assim, vão para a conta aluguel de imóvel do escritório, telefone, serviços de assinatura de  órgãos oficiais (coisa que logo desaparecerá!), custo do seu transporte, custo com sua manutenção física (leia-se farda advocatícia) e mais alguma coisa que você gasta e sem a qual não consegue advogar. Ponto. Agora, divida por dias úteis. Ponto. Agora divida pelo numero de horas trabalhadas no dia. (aqui no nosso escritório trabalhamos com a média de 6 horas). Ponto. Agora você descobriu seu custo fixo hora, ou seja, faça chuva, faça sol, se você não atingir o valor total do mês de horas trabalhadas, você vai estar na roça! Mortinho e logo, logo, fora da advocacia! Então é isto que vou cobrar por hora? Calma lá, a conta ainda não se completou.

Até agora você descobriu o seu custo para ficar em pé batalhando, que faz parte do que na engenharia chamamos BDI (do Inglês Budget Difference Income ou Benefícios e Despesas Indiretas em Português). Mas o BDI não é tudo, você tem que calcular o custo para a execução do trabalho contratado. Ou seja, aquilo que não é fixo, que não está na conta anterior, e que será gasto especificamente para o trabalho contratado. Antigamente nesta conta entrava o papel (hoje o papel é eletrônico), custos com viagens (hoje dependendo da área se faz audiência por vídeo conferencia), seguro, dependendo da forma como você tem contratado e sei lá o que mais. Bom, ai você faz a expectativa de quantas horas vai trabalhar, pega o valor hora fixo e mais o custo do trabalho, ai você exatamente formado o custo de sua atividade, mas atenção, você ainda não está cobrando o seu trabalho. E então, você me pergunta, como vou cobrar? Bom, a remuneração pode significar um percentual sobre seu custo, como 100% sobre tudo que gastar.

Esta é uma maneira, mas nem sempre é a mais correta e porque? Porque a advocacia não é uma prestação de serviços comum. Nosso serviço importa ganho material ou evitar prejuízos.  Mas e aí, quando o ganho é robusto ou o prejuízo evitado é razoável? Não só para estes, mas especialmente por estes é que se cobra a cláusula de sucesso. Assim, você cobra um fixo, conforme o calculo exposto acima e mais um percentual, que recomendamos se manter na média de 20%, embora saibamos que os trabalhistas por não cobrarem honorários fixos, andam na casa dos 30% e alguns previdenciaristas, assumem despesas e chegam até a meação, o que não é nada recomendável, a menos que você queira acabar respondendo um processo de ética. Existem possibilidades, que discutiremos em outra publicação.

Você aprendeu como calcular os seus honorários numa maneira bem simplificada, pois é possível trazer para conta outros componentes. Se fizer assim, você já vai estar acima da media nacional para precificar.

Mas a pergunta era: quanto devo cobrar por uma petição? Cobre no mínimo a hora trabalhada (custo mais sua remuneração). E quando o cliente não tiver condições de assumir o valor ideal? Aí meu caro, você e somente você saberá como contemporizar a situação.

Estas foram algumas dicas do que poderia ser um curso de precificação, ou seja, ainda tem mais ingredientes nesta sopa. Mas, já dá pra você tomar um caldo!

Agora que já sabe lidar com a vara, colocar a linha e por a minhoca, é só pescar!!!!



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